A saúde indígena é um ramo da saúde pública que se dedica ao estudo e à promoção da saúde das populações indígenas no Brasil.
É uma área de atuação que exige profundo conhecimento das culturas e práticas tradicionais desses povos, bem como das condições sociais, econômicas e ambientais que os envolvem.
Política
A saúde dos povos indígenas no Brasil é um tema complexo e multifacetado, marcado por uma história de lutas, conquistas e desafios persistentes. Para compreendê-la, é fundamental traçar um panorama que abarque suas origens, a estruturação do sistema de saúde indígena, as políticas públicas em vigor e os principais desafios enfrentados por essas comunidades.
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Secretaria de Saúde Indígena – SESAI
Secretaria de Saúde Indígena – SESAI é responsável por coordenar e executar a Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas e todo o processo de gestão do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SasiSUS) no Sistema Único de Saúde (SUS).
Subsistema de Atenção à Saúde Indígena
Para entender melhor como funciona, a política de saúde indígena no Brasil tem suas raízes na Constituição Federal de 1988, que reconhece aos índios os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam. O texto constitucional também estabelece a competência da União para demarcar essas terras, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.
Para funcionar a PNAS, foi criado o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SasiSUS), composto por uma rede de serviços de saúde distribuídos por todo o território nacional. O SasiSUS engloba desde Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs), localizados em terras indígenas, até Casas de Saúde Indígena (Casai) em centros urbanos.
O modelo adotado pelo Subsistema de Atenção à Saúde Indígena busca conciliar as práticas médicas ocidentais com as medicinas tradicionais indígenas. A ideia é respeitar a diversidade cultural dos povos indígenas e garantir o acesso universal e igualitário às ações e serviços de prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde.
Política Nacional de Saúde Indígena (PNAS)
A política de saúde indígena foi instituída pela Lei nº 9.836/99, que criou o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Este subsistema é composto por 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs), unidades descentralizadas do Ministério da Saúde responsáveis por coordenar e executar as ações de atenção à saúde nas áreas indígenas.
A PNAS reconhece a especificidade cultural dos povos indígenas e estabelece diretrizes para a organização de um sistema de saúde diferenciado e intercultural, integrado ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Apesar dos avanços conquistados com a PNAS, SESAI e o SasiSUS, os povos indígenas ainda enfrentam diversos desafios no acesso à saúde de qualidade.
Veja mais sobre principais desafio:
- Distanciamento das aldeias e comunidades indígenas dos centros de saúde: dificultando o acesso à atenção básica e especializada.
- Falta de profissionais de saúde capacitados em saúde indígena: com conhecimento da cultura e das necessidades específicas dos povos indígenas.
- Precariedade da infraestrutura das unidades de saúde: com falta de medicamentos, insumos e equipamentos básicos para o atendimento adequado.
- Determinantes sociais da saúde: como pobreza, desnutrição, falta de saneamento básico e violência, que impactam diretamente na saúde dos indígenas.
Além disso, muitos problemas de saúde enfrentados pelas populações indígenas são decorrentes de condições socioeconômicas precárias, como a falta de saneamento básico, a desnutrição e o acesso limitado à educação.
Por isso, para promover efetivamente a saúde indígena, é necessário não apenas oferecer serviços de saúde adequados, mas também garantir os direitos dos povos indígenas à terra, à cultura e ao desenvolvimento sustentável.