O que deveria ser uma manifestação pacífica em defesa dos direitos dos povos originários acabou se transformando em mais um episódio de repressão. Manifestantes indígenas foram surpreendidos pela ação violenta das forças de segurança, que utilizaram bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta.
Durante a 2ª Marcha do Acampamento Terra Livre (ATL) 2025, realizada nesta sexta-feira (11) em Brasília, indígenas de diversas etnias – incluindo jovens lideranças e estudantes – foram duramente reprimidos pela Polícia Legislativa ao se aproximarem do Congresso Nacional. Mesmo em protesto pacífico, foram alvo de bombas de efeito moral e gás, enquanto reivindicavam seus direitos constitucionais, a preservação de seus territórios e o respeito à vida indígena.
Além de aprovar leis que ferem a Constituição, o Congresso também tem agido de forma direta contra os povos indígenas — inclusive contra seus próprios representantes. A deputada indígena Célia Xakriabá (PSOL) foi uma das pessoas feridas durante uma repressão violenta, que incluiu o uso de bombas de gás de pimenta e de efeito moral, justamente em um espaço que deveria representar a democracia.
As cenas registradas são impactantes: mulheres, crianças e anciões cercados e atingidos por uma ação policial desproporcional. Diante da gravidade dos fatos, a deputada Célia Xakriabá solicitou à Polícia Federal a abertura de uma investigação para apurar a conduta das forças de segurança envolvidas na repressão.
Em nota, a Câmara afirmou que cerca de mil indígenas romperam a linha de defesa da Polícia Federal do DF, derrubando os gradis e invadindo o gramado do Congresso.
“Não podemos aceitar a violência como resposta à nossa luta legítima por direitos. Exigimos transparência e justiça!”, declarou a deputada.
O objetivo da marcha era pressionar o governo e o Legislativo pela demarcação de terras indígenas, contra o Marco Temporal e em defesa de políticas públicas para os povos originários. Organizações indígenas e entidades de direitos humanos também cobram uma resposta das autoridades sobre os episódios de violência.
Embora tenha se identificado como deputada, ela relatou ter sido impedida de entrar no Congresso pelos agentes de segurança. Leia a íntegra representação completa.
No documento, Célia denuncia possíveis crimes, como racismo — por ter seu acesso ao Congresso dificultado por ser uma mulher indígena —, além de violência política e de gênero, lesão corporal e omissão de socorro. Ela afirma que o Corpo de Bombeiros teria se recusado a prestar atendimento imediato aos indígenas feridos.
A deputada federal Célia Xakriabá (PSOL-MG) protocolou um pedido formal para que a Polícia Federal (PF) investigue os atos de violência registrados durante a Marcha Indígena, realizada nesta semana em Brasília. A mobilização, que reuniu milhares de indígenas de diferentes etnias, foi marcada por confrontos entre manifestantes e forças de segurança.
Em suas redes sociais, Xakriabá relatou cenas de repressão excessiva, incluindo o uso de bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo contra mulheres, crianças e idosos. A parlamentar, que é uma das vozes mais ativas em defesa dos direitos indígenas no Congresso, afirmou que as agressões são “mais um capítulo da criminalização dos povos originários“.
Além disso, Célia solicitou a liberação das imagens de segurança do Congresso e a adoção de medidas para prevenir novos episódios de violência. Durante a manifestação, ela se identificou como parlamentar, mas foi impedida de entrar na Câmara dos Deputados e acabou sofrendo queimaduras. Célia também denunciou que mulheres e crianças indígenas foram feridas, atribuindo a violência à ação brutal das polícias Militar e Legislativa, bem como à omissão do Detran-DF e do Corpo de Bombeiros.