A jovem indígena Txai Suruí, de 27 anos, foi nomeada pela Organização das Nações Unidas (ONU) para integrar o Grupo Consultivo de Jovens sobre Mudança Climática. O anúncio foi feito em 12 de agosto de 2025, Dia Internacional da Juventude, em Nova Iorque. Ela é a única brasileira entre os 14 jovens escolhidos mundialmente para o comitê, representando o estado de São Paulo.
Txai é filha de Ivaneide Cardozo (Neidinha Suruí) e Almir Suruí, ambos reconhecidos defensores dos direitos indígenas. Natural de Rondônia, ela atualmente reside na Terra Indígena Jaraguá, na Zona Norte de São Paulo, com os Guarani Mbya. Lá, participa de iniciativas de reflorestamento, proteção das nascentes e defesa da biodiversidade local.
Txai Suruí, única indígena e única brasileira a discursar na Conferência do Clima da ONU em 2021, foi agora selecionada para representar São Paulo no Comitê da ONU sobre Mudança Climática.
Fundadora do Movimento da Juventude Indígena de Rondônia e coordenadora da Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé, Txai ganhou destaque internacional ao ser a primeira indígena a discursar na abertura da COP26, em Glasgow, em 2021. Sua nomeação para o grupo consultivo da ONU é um reconhecimento de sua liderança na luta por justiça climática e pelos direitos dos povos indígenas.
LEIA TAMBÉM: Munduruku retiram garimpeiros diante da omissão do governo
Para Txai, essa experiência também representa uma oportunidade de levar a realidade de São Paulo ao debate internacional.
Para nós, a floresta significa tudo. Fazemos parte desse ecossistema e sempre vivemos em harmonia com ele, dependendo da floresta para sobreviver”, afirma Txai.
O Grupo Consultivo de Jovens sobre Mudança Climática foi criado pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, com o objetivo de fornecer conselhos práticos e perspectivas diversas para apoiar o combate à crise climática global. Os membros foram selecionados a partir de indicações de organizações de juventude e clima.
