O desmatamento na Amazônia teve um aumento alarmante de 91 % em maio de 2025, em comparação com o mesmo mês do ano anterior — passando de cerca de 502 km² em maio de 2024 para 960 km² em maio de 2025, segundo o Inpe
Dados recentes acendem um sinal vermelho sobre a situação da Amazônia. O desmatamento na região registrou um aumento alarmante de 91% em maio, em comparação com o mesmo mês do ano anterior. O resultado é o segundo mais negativo na história do mês, totalizando 960 km² de área desmatada, conforme informações fornecidas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
De acordo com pesquisa do Inpe, os estados mais afetados pelo desmatamento em maio foram Mato Grosso (627 km²), Pará (145 km²) e Amazonas (142 km²). O caso de Mato Grosso é especialmente alarmante: o estado registrou um aumento de 237% em comparação com maio de 2024 e foi responsável por impressionantes 65% de toda a área desmatada na Amazônia no período.
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Esse crescimento representa uma ameaça direta à biodiversidade, aos povos tradicionais e ao equilíbrio climático global. A floresta amazônica é um dos maiores sumidouros de carbono do planeta, desempenhando papel essencial na regulação do clima. Sua destruição acelera as mudanças climáticas, intensifica eventos extremos e compromete compromissos internacionais de redução de emissões.
Especialistas alertam que o avanço do desmatamento está associado, principalmente, à expansão ilegal de atividades como garimpo, grilagem e pecuária extensiva, além da fragilidade na fiscalização ambiental.
De acordo com informações do sistema Deter, do Inpe, os números ficaram apenas atrás do recorde de 1.390 km² registrado em maio de 2021. Em abril, os alertas subiram 55%, indicando que essa é a segunda alta consecutiva de 2025. Nos últimos dez meses, de agosto a maio deste ano, houve um aumento de 9,7% na área desmatada.
Para João Paulo Capobianco, secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, a situação é “dramática”. Ele afirmou que “a perda de floresta em maio de 2025 ocorreu principalmente devido a incêndios florestais, alterando uma tendência histórica que até então não havíamos observado”.
Segundo o secretário, mais da metade (51%) do desmatamento aconteceu em áreas afetadas por incêndios florestais. “O impacto dos incêndios ao longo da história foi relativamente pequeno na taxa de desmatamento. Contudo, com o agravamento das mudanças climáticas e a maior vulnerabilidade da cobertura florestal — inclusive primária — estamos começando a perceber uma mudança no cenário”, conclui Capobianco.
Organizações ambientais, cientistas e lideranças indígenas reforçam a necessidade urgente de medidas efetivas para conter a destruição. Entre as principais demandas estão o fortalecimento das ações de fiscalização, a valorização de alternativas sustentáveis e a responsabilização dos infratores.
A situação é grave e exige atenção imediata. O futuro do clima global e da maior floresta tropical do planeta depende das escolhas feitas agora.
aprovação do PL 2159/2021, conhecido como “PL do Licenciamento Ambiental” ou “PL do Desmatamento”, é extremamente preocupante, especialmente em um momento em que o mundo enfrenta uma crise climática sem precedentes. Esse projeto flexibiliza as regras de licenciamento ambiental, reduzindo a exigência para atividades potencialmente devastadoras, como agropecuária, mineração e grandes obras de infraestrutura, em áreas sensíveis como a Amazônia e outros biomas brasileiros.
Com aprovação do PL 2159/2021, conhecido como “PL do Licenciamento Ambiental” ou “PL do Desmatamento”, é extremamente preocupante, especialmente em um momento em que o mundo enfrenta uma crise climática sem precedentes. Esse projeto flexibiliza as regras de licenciamento ambiental, reduzindo a exigência para atividades potencialmente devastadoras, como agropecuária, mineração e grandes obras de infraestrutura, em áreas sensíveis como a Amazônia e outros biomas brasileiros.
Principais críticas ao PL 2159/2021:
- Enfraquecimento do licenciamento ambiental – O projeto cria exceções e dispensa licenças para atividades que deveriam passar por avaliação rigorosa, aumentando o risco de desmatamento e degradação.
- Impacto na crise climática – O Brasil é um dos países mais importantes no combate às mudanças climáticas devido às suas florestas tropicais. A flexibilização das regras pode acelerar a perda de biodiversidade e aumentar as emissões de carbono.
- Retrocesso em políticas ambientais – O PL vai na contramão dos compromissos internacionais assumidos pelo Brasil, como o Acordo de Paris, e pode prejudicar acordos comerciais que exigem preservação ambiental.
- Risco a povos tradicionais e comunidades – A redução das exigências pode levar a mais conflitos por terra e água, afetando indígenas, quilombolas e pequenos agricultores.
Por que isso é grave?
- A Amazônia já está perto de um ponto de não retorno devido ao desmatamento e às queimadas. Se o PL facilitar ainda mais a destruição, pode acelerar o colapso do bioma, com consequências globais.
- O Brasil pode se tornar um pária ambiental, perdendo investimentos e parcerias internacionais que exigem sustentabilidade.
- A sociedade civil, cientistas e organizações ambientais alertam que o projeto beneficia apenas setores predatórios em detrimento do futuro do país.
O que pode ser feito?
- Pressão sobre o Congresso e o Executivo para vetar partes do projeto ou buscar alternativas que não sacrifiquem o meio ambiente.
- Acompanhamento de ações no Judiciário, já que o PL pode ser questionado no STF por ferir a Constituição (como o direito ao meio ambiente equilibrado).
- Mobilização da sociedade e da mídia para alertar sobre os riscos dessa legislação.
Enquanto o governo argumenta que o PL traz “agilidade” para obras e empreendimentos, é essencial lembrar que não há desenvolvimento real sem sustentabilidade. A crise climática não pode esperar, e o Brasil não pode abrir mão de sua maior riqueza: seu patrimônio natural.