Brasilia– presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, nesta quinta-feira (27), que enviará ao Congresso Nacional propostas de lei para estabelecer duas novas instituições de ensino superior no Brasil, ambas inovadoras: a Universidade Federal Indígena (Unind) e a Universidade Federal do Esporte (UFEsporte). A divulgação ocorreu durante uma cerimônia realizada no Palácio do Planalto, com participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ministros de Estado, além de representantes indígenas e do setor esportivo.
A universidade terá como foco a formação acadêmica alinhada às realidades, culturas, línguas e territórios indígenas, promovendo um modelo de ensino diferenciado, intercultural e comunitário. A proposta prevê cursos de graduação e pós-graduação voltados às demandas dos povos indígenas, além de incentivar pesquisas que dialoguem com os conhecimentos tradicionais e científicos.
De acordo com o governo federal, a iniciativa busca enfrentar desigualdades históricas no acesso ao ensino superior e fortalecer a autonomia dos povos indígenas. A instituição também deverá atuar na formação de profissionais para áreas estratégicas, como educação, saúde, gestão territorial e sustentabilidade.
O anúncio foi celebrado por lideranças indígenas, movimentos sociais e especialistas em educação, que destacam a universidade como um avanço na luta por direitos, reconhecimento e justiça social. Para esses grupos, a medida representa o compromisso do Estado brasileiro com a diversidade cultural e com a construção de um país mais plural e inclusivo.
A universidade indígena inédita reforça a política de inclusão educacional do governo Lula e simboliza o reconhecimento do protagonismo indígena na construção do conhecimento e no futuro do Brasil.
Unind
De acordo com o governo, os grupos técnicos interministeriais responsáveis pela estruturação das instituições atuarão ao longo de 2026, com previsão de que as universidades iniciem suas atividades em 2027.
A Unind tem como fundamentos a autonomia dos povos indígenas, promovendo ensino, pesquisa e extensão sob uma abordagem intercultural; valorizando seus conhecimentos tradicionais, línguas e tradições; produzindo conhecimento científico aliado às práticas ancestrais; fortalecendo a sustentabilidade socioambiental; e formando profissionais capacitados para atuar em áreas estratégicas para o desenvolvimento dos territórios indígenas.
Os cursos de graduação e pós-graduação terão foco na gestão ambiental e territorial, administração de políticas públicas, sustentabilidade social e ambiental, incentivo às línguas indígenas, saúde, direito, agroecologia, engenharias e tecnologias, além da formação de professores.
O Ministério da Educação espera que a Unind beneficie aproximadamente 28 mil pessoas nos primeiros quatro anos. Os processos seletivos deverão considerar a diversidade linguística e cultural dos povos indígenas brasileiros.
A sede do campus será localizada em Brasília e contará com salas de aula, auditórios e laboratórios. Haverá também moradias universitárias para estudantes e docentes, além de espaços destinados à convivência, estudo, leitura, lazer, alimentação, esportes e cultura. Também haverá áreas reservadas aos ritos tradicionais.
Construção
A reinstauração do Grupo de Trabalho foi oficializada pelo ministro Camilo Santana por meio da Portaria MEC nº 536, emitida em 23 de julho de 2025. Sob a coordenação da Sesu, o grupo congrega representantes de diversas unidades do MEC: Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi); Secretaria-Executiva (SE); Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (Seres); Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec); Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes); bem como o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Também fazem parte do GT o Ministério dos Povos Indígenas (MPI), a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), o Fórum Nacional de Educação Escolar Indígena (Fneei), a Comissão Nacional de Educação Escolar Indígena (Cneei), o Fórum Nacional de Educação (FNE) e instituições parceiras do ensino superior que atuam na educação escolar indígena.
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